Entrada na guerra

           Em 1939, começou a Segunda Guerra Mundial, quando o exército alemão invadiu o território polonês e entrou em combate com as tropas soviéticas que o protegiam, formando os dois lados da guerra: o Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão, e os Aliados liderados por França, Inglaterra e URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

            Na época, o Brasil havia sido convidado por ambas as partes, porém Getúlio Vargas, atual presidente naquele momento, anunciou um comportamento nacional neutro e que “seria mais fácil uma cobrar fumar e uma ema voar do que o Brasil entrar na guerra”.

            Os Estados Unidos também receberam propostas de aliança pelos Aliados, pois tinha relações comerciais e financeiras com Inglaterra e França desde a Primeira Guerra Mundial, mas só aceitou vender armas a eles. Entretanto de acordo com historiadores e boatos, é provável que também tenham vendido ao Eixo.

            Porém no dia 7 de dezembro de 1941, o Japão atacou a base naval estadunidense de Pearl Harbor a destruindo quase que inteira e matando mais de 2400 soldados e funcionários (site do educaterra.com). Com isso os Estados Unidos entraram na guerra contra o Eixo, pressionando o Brasil mais ainda a entrar na guerra e ceder território para uso de naval dos EUA, chegando a ameaçar de invadir Natal, Fernando de Noronha e outras cidades nordestinas (site do dw-world.de).

            Getúlio, depois de uma reunião com Franklin Delano Roosevelt, presidente dos Estados Unidos no Palácio do Catete em 1941, negociou a construção da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), iria receber universidades de qualidade, professores do mundo todo, o ensinamento de como fornecer eletricidade a partir de uma hidrelétrica, como retirar e transformar petróleo em gasolina (criação da Petrobrás), engenheiros e outros profissionais do EUA viriam para ajudar os brasileiros e torná-los ultra-especializados, teria uma Hollywood brasileira (Estúdio Mazzaropi) com a ajuda de profissionais do cinema, Hollywood deveria ter dois personagens brasileiros (Carmen Miranda e Zé Carioca) e ajuda no avanço no exército, armas, nos aviões e navios militares. Em troca o Brasil teria que ceder aeroportos e bases no Nordeste para a marinha estadunidense usar e vender suprimentos aos Aliados, já que Pearl Harbor havia sido atacado e em janeiro de 1942 rompeu as relações diplomáticas que tinha com o Eixo. Mas mesmo assim se recusava a colocar o Brasil em uma guerra.

           Essa situação de não entrar na guerra, foi começando a mudar a partir do dia 15 de fevereiro quando um submarino alemão destruiu um navio brasileiro, matando um tripulante. O governo não ficou muito interessado nessa notícia, mas até o final de maio foi relatado que mais de cinco navios com mercadorias ou com civis foram torpedeados, causando mais de quinhentas mortes (site do aimberefreitas.com.br). Com isso o Brasil começou uma ofensiva no seu litoral e a cada ataque a navios que iam acontecendo mais o povo exigia de Vargas a participação na guerra. Depois que os torpedeamentos começaram o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Oswaldo Aranha, em uma reunião com países americanos faz o Brasil e os outros países romperem as relações diplomáticas com o Eixo.

            De acordo com o diário de Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista e aliado fervoroso de Hitler, os navios brasileiros foram destruídos, porque o líder nazista queria isolar o Reino Unido de receber armas e suprimentos pelo Oceano Atlântico, além de querer vingança com Getúlio (site dohenriquemppfeb.com).

            Mas os piores ataques foram durante a segunda semana de agosto, quando no dia 15 quando o navio Baependi, foi torpedeado pelo submarino alemão U-507 causando 270 mortes das 306 pessoas que transportava. No site da veja.abril.com.br, o capitão do navio, Lauro Montinho que sobreviveu ao ataque, fez uma entrevista à Revista Veja e falou que “Ouvia gritos terríveis. Eram homens, mulheres e crianças que se afogavam em torno de mim".

            Então no dia 22 de agosto de 1942 Getúlio Vargas tomou a decisão e anunciou pelos jornais e pelas propagandas na TV e rádio que iria apoiar os Aliados na Segunda Guerra Mundial. E no dia 31 decretou estado de guerra. De acordo com o blog do Jornal do Brasil (site do jblog.com.br), após ouvirem os anúncios, a população recebeu a notícia com entusiasmo e patriotismo e os cariocas saíram na rua fazendo comícios e cantando o hino brasileiro.

            Em 1950, após o fim da guerra, Getulio em uma entrevista à Revista do Globo, pronunciou que só havia aceitado entrar na guerra, porque o povo a cada ataque aos navios brasileiros protestava para a entrada na Segunda Guerra, e também porque queria vingança pelos atentados à marinha.

            No dia 28 de janeiro de 1943, se encontrou em Natal com o presidente estadunidense, Franklin Roosevelt, para firmar uma série de acordos para que os dois países mantivessem uma “política de boa vizinhança” (site do supletivo.com.br).

            Muitos dizem que Getúlio foi o principal político que colocou o Brasil na guerra, mas de acordo com Miguel Garofalo, ex-combatente da FEB, Oswaldo Aranha foi o que teve maior participação na aliança com os Aliados, por ser o ministro das Relações Exteriores.

            No mês de março deste mesmo ano, o atual ministro da guerra, Eurico Gaspar Dutra, iniciou a organização de uma força que iria lutar na Europa no 4º corpo do 5º exército dos Estados Unidos, também simbolizada pelo A5 e chamada de fifth ARMY e ARMY 5, a chamada Força Expedicionária Brasileira (FEB), representada pela cobra fumando. Com base em dados no total foram reunidos 25.334 homens (4% de todos os soldados das tropas aliadas) e foram divididos em 23 divisões de infantaria(Associação dos Ex-combatentes do ABCDMRR).

            Estipula-se que a missão do Brasil era lutar na África defendendo as colônias dos Aliados, mas isso mudou quando Mussolini renunciou a liderança da Itália Fascista, então os alemães, para defender a costa da bota itálica que agora estava desprotegida, invadiram o território italiano e no final ocorreu uma mudança de planos para os pracinhas (como os soldados da FEB eram chamados) retirarem as tropas alemãs de lá, para permitir uma ofensiva dos Aliados.

            Para a FEB, de acordo, com Miguel Garofalo, “Não houve treinamento para a guerra só houve as atividades do tiro de guerra e para quem era do exército”, muitos nem sabiam para aonde estavam indo, só foram descobrir em 1944 quando chegaram à cidade Nápoles, na Itália em quando tropas aliadas lutavam para sair da Normandia.

            Para chegarem às cidades onde haviam batalhas, passaram por várias cidades como Livorno. “Enquanto passávamos pelas cidades víamos como a Itália estava na miséria. O capitão nós fazia dar marmitas às crianças italianas depois de almoçarmos ou jantarmos, era tanta miséria que vários pais chegavam a oferecer suas filhas por comida, mas dávamos alimentos sem querer receber nada em troca”, lembrou Miguel.