Batalha de Forovo di Taro

            Um dia antes de a batalha começar, o major Cordeiro Oeste no dia 27 persuadiu um vigário de uma aldeia a levar aos alemães a sugestão de que se rendessem. Ele falou com oficiais alemães e disse que os alemães estavam cercados e deviam se render.

            Um dos mais velhos desses oficiais, que falava um pouco seu italiano, pediu ao vigário que obtivesse por escrito condições para a rendição e voltasse com elas.

            Na manhã do dia 28, antes de ser desfechado o ataque do 6º Regimento, Nelson de Mello, escreveu o que havia sido pedido com autorização do General Mascarenhas de Morais e do chefe de seção de operações, Humberto de Alencar Castelo Branco.

            O vigário levou aos alemães e voltou dizendo que a resposta seria dada depois de consulta a seus superiores.

            Um ataque do 6º Regimento comandado por Nelson de Mello no dia 28 de abril surpreendeu a tropa alemã que estava em uma estrada da cidade causando baixas no exército alemão e melhorando a posição para atacar Fornovo di Taro.

            No mesmo dia era iniciado o ataque enquanto os nazistas atacavam e bombardeavam as posições brasileiras em desesperado esforço para romper o cerco (site anvfeb.com.br).

            Principal ofensiva foi desencadeada pelo Major João Carlos Gross, que avançou de Collecchio pelo sul. Quando se encontrava a 6 km de Fornovo, encontrou os inimigos preparados, resistindo a violentos contra-ataques durante a noite do dia 28 e madrugada do dia 29.

            Enquanto isso, o 3º Batalhão do major Silvino Silva, e o Esquadrão de Reconhecimento atacavam pelo sudoeste. Os brasileiros, muito decididos, estavam esmagando todas as tentativas alemãs contra atacar. Pode-se acrescentar que os brasileiros ainda dispuseram de tropas para mandar às cidades de Piacenza e Cremona e, assim, não precisaram de toda a sua força para a missão de bloquear os contra-ataques alemãos (site anvfeb.com.br).

            Mesmo com o Brasil liderando a batalha, os alemães sob comando do General Otto Fretter-Pico em conjunto da resistência fascista italiana sob a liderança de Mario Carloni ainda resistiam mesmo após o caso do vigário.

            Enquanto os alemães adiavam a decisão, o 6º RI procedeu de acordo com o plano de ataque. Então, às 10h30 da noite, depois que os homens do major Gross repeliram forte contra-ataque inimigo, o major Kuhn e dois outros oficiais alemães cruzaram as linhas brasileiras para negociar a rendição. João Carlos Gross os conduziu ao posto de comando do 6º Regimento de Infantaria, em Collecchio.

            Nelson de Melo, sabedor de que a missão dos três alemães fora autorizada pelo comandante da 148ª Divisão, general Otto Fretter-Pico, dirigiu-se rapidamente a cidade de Montecchio, onde Mascarenhas estava para falar com ele. Este ordenou aos chefes da seção de operações Floriano de Lima Brayner e Castelo Branco, que se entendessem com os negociadores alemães.

            De acordo com Castelo Branco, eles estavam numa sala de uma vivenda de campo, sendo apresentados a três oficiais alemães do Estado-Maior de uma Divisão, que pediram condições para a rendição. Os brasileiros afirmaram que só podia ser incondicional, mesmo assim os alemães falaram em honra militar e em princípios de humanidade, mas no final aceitaram a rendição

            Quase 15 mil alemães e italianos se tornaram prisioneiros. O general alemão Otto Fretter-Pico e o general italiano Mario Carloni foram escoltados até Florença onde foram entregues ao 5º Exército norte-americano, juntamente com seis milhões de liras (moeda italiana da época) também tomados pelos brasileiros.

            O Brasil sofreu em torno de 45 baixas na sua última batalha pela Segunda Guerra Mundial (filme “O Lapa Azul).

            Depois que os heróis brasileiros voltaram para cá e a guerra acabou, a Força Expedicionária Brasileira foi extinta, porém os pracinhas continuaram históricos na mente de todos aqueles que se interessam pela guerra e também pelos guerreiros que honraram o Brasil e a parte de seu hino:

“Mas se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada

Entre outras mil és tu Brasil

Ó pátria amada “