Espaço dos Pracinhas

Nesta página vocês encontraram alguns dos integrantes da FEB, suas biografias e fotos

 

Nome: Miguel Garofalo.

Cargo na FEB: 2º Tenente.

Ocupação Atualmente: Cuida, com seu filho, Kiko Garofalo, da Associação dos Ex-combatentes do ABCDMRR localizada em Santo André.

Profissão Antiga: Mecânico de máquinas.

Entrevista

-Antes dos EUA entrarem na guerra quais vantagens o Brasil havia tido? R: Até onde eu saiba não, mas quem ajudou mais o Brasil entrar na guerra não foi Getúlio Vargas e sim o embaixador Oswaldo Aranha.

-Profissão antes da guerra? R: Mecânico de máquinas

-Mudou de profissão depois da guerra? R: Não, só mudei de fábrica.

-Como foi que você foi recrutado?R: Fiz o tiro de guerra e fui recrutado em 1943, mas não houve treinamento além do tiro de guerra.

-Como foi a Chegada na Itália? R: Chegamos no dia 16 de junho de 1944 em Nápoles, quando cheguei já dava para ver um pouco do que era a miséria e o sofrimento que a guerra causava. Ficamos hospedados numa fazenda leiteira.

-Em quais das batalhas você serviu? R: Fui para Massa Rosa, Viarejo, Camaiori, Barga, Casori, Monte Castello e Castelnuovo.

-Como era estar na 2ª guerra? R: Só fui saber o que era guerra quando estava em uma, e a miséria era terrível que os pais chegavam a oferecer suas filhas por comida. Ainda bem que fomos ao final da guerra senão ninguém voltava. O homem é uma vergonha para o mundo.

-Como estava a Itália na época da guerra? R: Monte Cassino quando passei por lá estava totalmente destruída, a Itália estava em Caos, era muita pobreza. Dava muita pena.

-Como eram as táticas que vocês usaram contra os alemães? R: Não havia muitas táticas porque era uma guerra muito violenta e com armas poderosas, mas algumas táticas que eu lembro foi que dávamos cobertura com metralhadora ponto 50 para a linha de frente, ligávamos motos para o barulho parecer de metralhadoras, em Monte Castello bombardeamos por três dias e partimos para o ataque e também no monte usávamos um fazedor de fumaça para tirar a visão dos inimigos entrincheirados.

-Como era a sensação de estar batalhando? R: Precisávamos ser sangue frio na hora da batalha, além de ser inteligente. A guerra para mim foi uma lição de vida, aprendi a dar mais valor a ela e amar mais as pessoas. Sofri três ferimentos quando uma bomba explodiu quase do meu lado.

-Armas e transportes usados na guerra? R: Metralhadora ponto 50, fuzil, carabinas, tanques de guerra, jipes, granadas.

-Algumas histórias interessantes ou engraçadas? R: Como nosso uniforme era parecido com os dos nazistas, um italiano após a chegada me chamou de maldito tedesco [alemão em italiano], mas depois expliquei que era brasileiro e me tratou bem. 

O capitão nos fazia dar marmitas às crianças depois do almoço, enquanto os alemães destruíam a Itália, nós a ajudávamos.

Houve um ataque que ficamos do meio dia até às cinco da manhã batalhando. Numa manhã acho que passou mais de mil aviões. Quando eu estava com a metralhadora numa casa, os alemães jogaram uma bomba vinda de um morteiro na parede, graças a Deus ela não explodiu. 

-Você acha que se o Brasil não tivesse entrado na Segunda Guerra, a Alemanha poderia ter ganhado? R: Não há como responder.

-O que você acha do exército brasileiro hoje em dia? R: Acho ótimo, é a única entidade que trata bem os ex-combatentes. Uma maravilha. Mas o que falta para o povo é vergonha na cara e coragem.

 

 

 

Nome: João Batista Mascarenhas de Morais

Nascimento: 13 de Novembro de 1883, São Gabriel

Morte: 17 de Setembro de 1968, Rio de Janeiro

Ocupação na FEB e no exército: General e Marechal

Foi condecorado e nomeado heroi nacional pelo Governo e pelas Associações de Ex-combatentes.

 

"O marechal Mascarenhas de Morais foi o maior homem que eu já conheci na vida!!"  Miguel Garofalo

 

 

 

 

 

 

 

Description: Nome: João Duran Alonso

Nome: João Duran Alonso

Cargo na FEB: Sargento

Morou em Bragança Paulista com sua mulher e filho.

Muitas vezes vemos nomes de ruas de generais, soldados e expedicionários, mas só falamos o endereço e passamos despercebidos sem querer saber a história da pessoa que deu origem ao nome. Se você ja foi a cidade de Bragança Paulista, provavelmente já ouviu falar da rua Expedicionário João Duran Alonso, um ex-combatente, eterno pracinha e pai de Joel, que veio me procurar após entrar no site. Gostaria de agradecê-lo pelo interesse e por cultivar esta história, e parabeniza-lo por ter um pai que ajudou não só o Brasil mas o mundo inteiro.

O filho do ex-combatente tem um amigo, seu Luis Moura, ele tem um mini museu na casa e combateu com João na Itália.

Também disse que tem os objetos de seu pai: identificação, marmita, colher, capacete, cantil, medalhas e seus diplomas(da medalha),os recortes de jornais da chegada a Bragança Paulista.

Joel me contou histórias impressionantes sobre o Sargento João, e mostrou fotos que relembram o passado deste grande heroi e outras que relatam o sua vida após a guerra:

-João já dormiu no cemitério, durante uma fria noite na Itália, com um cadáver congelado em cima dele.

- Dentro de uma cidade italiana foi cercada por uma tropa alemã. Para conseguir fugir, foi inteligente e entrou num boeiro de esgoto e passou uma mensagem de rádio para a aviação, mandando bombardear o local, para que pudessem sair.

-O sargento entrou numa emboscada uma vez. A casa em que estava, fora cercada por uma tropa alemã. O oficial alemão deu três tiros nele e errou, ele deu um na testa do oficial, e trouxe a arma para casa que era um parabelo.

Lenço com versos em "V" da vitória, representa o vértice da mira. Assinado pelo poeta Guilherme de Almeida.

Obs: Foi o Guilherme quem fez a Canção do Expedicionário. Poema em musica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marcio Faria, ele escreveu o livro Casa das Laranjas. Dos Bragantinos na FEB. Recomendo a leitura.

Da esquerda para direita: Luis Moura, Joel Duran Alonso e sua mãe e Brajão. Luis Moura e Brajão são os dois últimos combatentes vivos de Bragança

Medalhas, inclusive a sangue pelo Brasil, é a 3ª  da direita a esquerda.

Tem o diplo assinado pelo ministro da guerra Eurico de Gaspar Dutra, futuro presidente do Brasil